sábado, 29 de outubro de 2011

Maracanã será privatizado até fevereiro de 2013, segundo reportagem do O Dia Online

Depois das reformas realizadas no estádio com cerca de 1 bilhão de dinheiro público, o Maracanã será privatizado até 2013. Veja a reportagem do O Dia Online (1).

Resta saber se a concessão pública ao setor privado funcionará como de costume: o Estado entra com os custos de reformas e grandes investimentos (dinheiro público), o capital fatura os lucros. A contrapartida destes governantes é a doação para as campanhas eleitorais dos políticos a serviço do capital e o dinheiro que vai "por fora".

Nota:
(1) http://odia.ig.com.br/portal/rio/html/2011/10/maracana_sera_privatizado_ate_fevereiro_de_2013_202426.html

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Odebrecht demite Comissão de Negociação dos Trabalhadores e põe policiais à paisana para perseguir operários

(Ex-presidente Lula, ex-primeira dama, presidente do Corinthians e representante da Odebrecht / Foto de Reinaldo Marques/Terra)



O título deste texto é o mesmo da reportagem da Revista Fórum (1). A Odebrecht é uma das construtoras mais beneficiadas com os contratos das obras do PAC do governo federal, além de faturar muito nas obras para a Copa do Mundo de 2014. Muito dinheiro público tem entrado nos cofres desta empresa sob o governo do Partido dos Trabalhadores.

Sabe-se que a Odebrecht é uma das principais financiadoras das campanhas de PT, PCdoB e o povo governista. Será que estes partidos vão defender os operários e enfrentar a empresa que sustenta suas campanhas?

Vale, também, como reflexão aos pretensos partidos de esquerda que julgam - ou melhor, declaram de forma oportunista - ser possível conciliar a realização de uma política independente e o financiamento do capital.



Notas:
(1) http://www.revistaforum.com.br/conteudo/detalhe_noticia.php?codNoticia=9553/odebrecht-demite-comissao-de-negociacao-dos-trabalhadores-e-poe-policiais-a-paisana-para-perseguir-operarios

sábado, 15 de outubro de 2011

Medo e ousadia, Paulo Freire e Ira Shor

"Ira: (...) Se o professor não pensar em termos de graduabilidade, pode cair na cilada imobilizadora de dizer que ou tudo é mudado de uma só vez, ou não vale a pena tentar mudar nada. (...)

Paulo: (...) Uma das características de uma posição séria, na educação libertária, é, para mim, o estímulo à crítica que ultrapassa os muros da escola. Isto é, em última análise, ao criticar as escolas tradicionais, o que devemos criticar é o sistema capitalista que modelou essas escolas. A educação não criou as bases econômicas da sociedade. Não obstante, sendo modelada pela economia, a educação pode transformar-se numa força que influencia a vida econômica. Em termos dos limites da educação libertadora, devemos compreender o próprio subsistema da educação. Isto é, como se constitui ou se constrói a educação sistemática no quadro geral do desenvolvimento capitalista? Precisamos entender a natureza sistemática da educação para atuar eficientemente dentro do espaço das escolas.

Sabemos que não é a educação que modela a sociedade mas, ao contrário, a sociedade é que modela a educação segundo os interesses dos que detêm o poder. Se é assim, não podemos esperar que a educação seja a alavanca da transformação destes últimos. Seria ingênuo demais pedir à classe dirigente no poder que pusesse em prática um tipo de educação que pode atuar contra ela. (...)”

Medo e ousadia, Paulo Freire e Ira Shor.

domingo, 4 de setembro de 2011

O Projeto de Lei de Paes que ataca o direito à aposentadoria dos servidores e os serviços públicos: ato na terça-feira (06/09), às 13h, na Cinelândia

Os Servidores Municipais do Rio de Janeiro estão diante do que é, talvez, o maior ataque direto às suas condições de vida nos últimos anos. É a ameaça ao direito à aposentadoria, cada vez mais intensificada pelo prefeito Eduardo Paes e sua equipe.

Inicialmente, foi enviado à Câmara de Vereadores o Projeto de Lei Complementar 41/2010, que rompe - caso seja aprovado - a integralidade e a paridade da aposentadoria do servidor. Assim, professores, funcionários de escolas, porteiros, merendeiras, médicos, enfermeiros, engenheiros etc., enfim, todos os servidores municipais, deixariam de se aposentar recebendo seu salário do final da carreira - que não é muito, diga-se de passagem, para a esmagadora maioria dos servidores. Além disso, a paridade quebrada significa que os reajustes e outras mudanças recebidas pelos servidores ativos não seriam recebidos pelos aposentados, desvinculando-os.

Após um calendário de mobilização e luta dos servidores contra a aprovação do PLC 41, o governo municipal recuou. O PLC, depois de ter entrado em regime de urgência para que fosse votado na Câmara pelos vereadores, agora está aguardando o desenrolar dos fatos em alguma gaveta. Provavelmente, Paes e os vereadores acharam que seria muito impopular aprovar uma lei que retira direitos de todos os servidores às vésperas de nova eleição municipal.

Assim, Eduardo Paes resolveu tentar de outra forma atacar nossa aposentadoria: inviabilizar o fundo de previdência. O Projeto de Lei 1005/2011 mexe diretamente em nossas aposentadorias, na medida em que altera o funcionamento do Funprevi, o fundo de previdência dos servidores municipais.

Bom, hoje, as aposentadorias são pagas com as contribuições dos que estão ativos somadas à quantia depositada pelo Tesouro Municipal. O governo investe 100 milhões por mês para pagar os aposentados. Caso o projeto de lei 1005 seja aprovado, o governo se compromete a pagar 76 milhões. Portanto, o fundo seria ainda mais deficitário que é hoje. Além disso, demonstrando perversidade, o governo determina, no PL 1005, que esta quantia (76 mi) seja paga utilizando dinheiro público que deveria ser investido na Educação e na Saúde. Ou seja, ainda menos investimento sendo feito em nossas escolas e hospitais, melhores condições de trabalho aos profissionais de educação e saúde, melhores condições de estudo aos alunos, melhores refeições escolares etc. Por fim, o governo ainda anula, num passe de mágica - a canetada de Paes e os votos de sua base na Câmara - as dívidas do Tesouro Municipal com o Fundo de Previdência dos Servidores Municipais, dívidas que chegam a 1,5 bilhão de reais.

O objetivo do governo é, numa jogada só, atacar os serviços públicos e os direitos dos servidores. A sua perspectiva foi exposta pelo Procurador do município em uma reunião com lideranças dos servidores: "as mulheres são maioria entre os servidores e mulheres demoram muito a morrer". Isto saiu como nota no jornal Extra (ver a nota em http://ricardo-gama.blogspot.com/2011/08/mulher-e-um-problema-para-o-prefeito.html). Não nos enganemos neste momento.

Quem ainda precisar de informações sobre o que está em jogo, leia o Projeto de Lei 1005 na íntegra - http://mail.camara.rj.gov.br/APL/Legislativos/scpro0711.nsf/0c5bf5cde95601f903256caa0023131b/50ab2a7e23ec85cc832578f70064ffee?OpenDocument&Highlight=0,1005%2F2011 - e a crítica do projeto feita pelo Movimento Unificado em Defesa do Serviço Público Municipal - http://mudspm.blogspot.com/2011/07/carta-aberta-aos-servidores-do_27.html.

O SEPE (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação) deliberou, em assembleia da categoria (ver em http://www.seperj.org.br/ver_noticia.php?cod_noticia=2455), paralisação no dia 06/09, próxima terça, com ato na Cinelândia a partir de 13h.

Só iremos impedir o governo de concretizar este ataque paralisando e pressionando a Câmara na terça-feira (06/09), a partir de 13h, na Cinelândia. Chegamos todos à reta final desta luta. Não podemos vacilar. Quem ainda não parou em defesa da nossa aposentadoria e dos serviços públicos, este será o dia! Aqueles que não são servidores, mas puderem estar presentes ao ato de terça, estejam ao lado dos que defendem a Educação pública e a Saúde pública de qualidade!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

ATENÇÃO PROFESSORES/SERVIDORES DA REDE MUNICIPAL DO RIO! Seminário da Reforma da Previdência e Assembleia amanhã!

ATENÇÃO PROFESSORES DA REDE MUNICIPAL!!! URGENTE! O governo Paes está determinado a atacar nosso direito à aposentadoria. Nos próximos dias, alguns projetos de lei apresentados pelo governo municipal serão votados pela Câmara de Vereadores. Precisamos nos mobilizar e preparar os protestos e possíveis paralisações que devem ser deliberados pela categoria em assembleia!

Amanhã, sábado, 13 de agosto, acontecerá o Seminário da Reforma da Previdência, na ACM, às 9h. Todos os detalhes dos projetos de lei que tramitam na Câmara serão explicados e debatidos pela categoria. Depois, às 14h, no mesmo local, acontecerá a assembleia da rede municipal, avaliando e determinando os passos a serem dados a partir da semana que vem. A ACM fica na Rua da Lapa, 86 (Lapa). Se não nos mexermos, o governo Paes atacará nossa aposentadoria! Vamos à luta!

Compartilhem essa mensagem com outros professores/servidores municipais que conheçam, por favor.

sábado, 2 de abril de 2011

Avenida Brasil

Avenida Brasil
que cruza o Rio de Janeiro
das zonas mais pobres.

Avenida Brasil
dos cachorros mortos
de acidentes sinistros
e horas perdidas.

Avenida Brasil
da miséria
da humanidade morta.

Avenida Brasil
da longa estrada de luta
que pode levar a um lugar melhor.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Desintegração de velhos padrões de relacionamento social humano

"A terceira transformação, em certos aspectos a mais perturbadora, é a desintegração de velhos padrões de relacionamento social humano, e com ela, aliás, a quebra dos elos entre as gerações, quer dizer, entre passado e presente. Isso ficou muito evidente nos países mais desenvolvidos da versão ocidental de capitalismo, onde predominaram os valores de um individualismo associal absoluto, tanto nas ideologias oficiais como nas não oficiais, embora muitas vezes aqueles que defendem esses valores deplorem suas consequências sociais. Apesar disso, encontravam-se as mesmas tendências em outras partes, reforçadas pela erosão das sociedades e religiões tradicionais e também pela destruição, ou autodestruição, das sociedades do 'socialismo real'. (...)

Na prática, a nova sociedade operou não pela destruição maciça de tudo o que herdara da velha sociedade, mas adaptando seletivamente a herança do passado para uso próprio. Não há 'enigma sociológico' na disposição da sociedade burguesa de introduzir 'um individualismo radical na economia e (...) despedaçar todas as relações sociais ao fazê-lo' (isto é, sempre que atrapalhassem), temendo ao mesmo tempo o 'individualismo experimental radical' na cultura (ou no campo do comportamento e da moralidade) (...). A maneira mais eficaz de construir uma economia industrial baseada na empresa privada era combiná-la com motivações que nada tivessem a ver com a lógica do livre mercado - por exemplo com a ética protestante; com a abstenção da satisfação imediata; com a ética do trabalho árduo; com a noção de dever e confiança familiar; mas decerto não com a antinômica rebelião dos indivíduos."

HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos. SP: Companhia das Letras, 2001. p. 24-25.

O ressurgimento da tortura

"Não é que ignoremos o ressurgimento da tortura, ou mesmo do assassinato, como parte normal das operações de segurança pública nos Estados modernos, mas é provável que não avaliemos com precisão a dramática reviravolta implícita, considerando-se a longa era de desenvolvimento jurídico, desde a primeira abolição formal da tortura num país ocidental, na década de 1880, até 1914."

HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos. SP: Companhia das Letras, 2001. p. 23.

Padrões de barbarismo

"Visto que este século nos ensinou e continua a ensinar que os seres humanos podem aprender a viver nas condições mais brutalizadas e teoricamente intoleráveis, não é fácil apreender a extensão do regresso, por desgraça cada vez mais rápido, ao que nossos ancestrais do século XIX teriam chamado padrões de barbarismo."

HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos. SP: Companhia das Letras, 2001. p.22.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Sobre a história

"A única generalização cem por cento segura sobre a história é aquela que diz que enquanto houver raça humana haverá história."

*Seria melhor "humanidade" em vez de "raça humana", para mim, mas foi a opção da tradução.

HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos. SP: Companhia das Letras, 2001. p. 16.

Presente contínuo

Para voltar a movimentar o blog, vou postar alguns bons trechos da introdução de Era dos extremos (Eric Hobsbawm) - "O século: vista aérea".

"Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem."

HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos. SP: Companhia das Letras, 2001. p. 13.